União estável: casais podem acessar estas direitos e não sabem

Cada vez mais casais em todo o Brasil estão registrando a união estável em cartório. Segundo o Colégio Notarial do Brasil (CNB), de janeiro a setembro de 2021, mais de 101 mil uniões estáveis foram oficializadas, marcando um aumento considerável em comparação com o mesmo período de 2020, quando houve 89 mil registros.

O crescente interesse em formalizar a união estável se deve aos direitos e proteções legais que ela oferece aos casais.

Neste artigo, vamos explorar alguns destes direitos fundamentais, que esclarecem as garantias e obrigações proporcionadas pela legislação brasileira a essas famílias. A seguir, continue lendo e saiba todos os detalhes.

Conheça 6 direitos fundamentais para casais em união estável no Brasil
Conheça 6 direitos fundamentais para casais em união estável no Brasil/ Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

União estável: você sabe o que é?

Antes de abordar os direitos e responsabilidades que derivam da união estável, é essencial compreender os critérios legais que a caracterizam. Este tipo de relacionamento é identificado pela convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, com o intuito de formar uma família.

Vários critérios são levados em conta para que uma relação seja reconhecida como união estável, incluindo a convivência pública, a continuidade e a durabilidade do relacionamento, bem como o mútuo desejo de estabelecer uma entidade familiar.

É importante destacar que a lei não estipula um período mínimo de convivência para o reconhecimento deste tipo de união, abrangendo, assim, relações de várias durações.

Advogada explica como fazer uma declaração de união estável:

Leia mais: Quando um namoro pode ser considerado União Estável

Os direitos do casal em união estável

Com o propósito de proteger os direitos e garantir a estabilidade das famílias formadas por meio deste tipo de união, a legislação brasileira estabelece várias garantias legais abrangentes. A seguir, destacamos alguns desses direitos essenciais:

  1. Comunhão Parcial de Bens

Os casais em união estável têm a opção de escolher diferentes regimes de bens ao oficializar sua união. No entanto, na ausência de uma escolha específica, a legislação considera a comunhão parcial de bens como o regime padrão. Isto implica que os bens adquiridos durante a união estão sujeitos à divisão em caso de separação. É essencial compreender como essa divisão é regulamentada e como os parceiros podem proteger seus direitos nesse processo.

  1. Herança

No que se refere à herança, a legislação brasileira não faz distinção entre casais casados e casais em união estável. Portanto, os parceiros em união estável possuem direitos iguais na distribuição de bens em caso de falecimento de um dos companheiros.

  1. Guarda compartilhada dos filhos

Desde 2014, a lei brasileira estabeleceu que a guarda dos filhos deve ser compartilhada, tanto para casamentos quanto para uniões estáveis. No entanto, em situações em que não há acordo entre os ex-parceiros, a questão pode ser resolvida por meio de um processo judicial.

  1. Pensão alimentícia

Os parceiros em união estável têm o direito de solicitar pensão alimentícia, que engloba despesas que vão além das necessidades básicas de alimentação, incluindo gastos com saúde, educação e moradia das crianças.

  1. Pensão por morte do INSS

Em caso de falecimento de um dos parceiros, o sobrevivente pode ter direito a receber pensão por morte, desde que atenda aos critérios estabelecidos pela legislação, como requisitos de contribuição e tempo mínimo de união de pelo menos 2 anos.

  1. Acesso a benefícios do companheiro

A formalização da união estável permite o acesso a benefícios como a inclusão em planos de saúde. Apresentando a declaração do cartório, os casais podem garantir direitos de dependência mútua e cobertura médica, além de acesso a outros benefícios, como previdência e seguros.

Leia mais: Pensão por morte do INSS em uma união estável; entenda como RECEBER ou não perder o benefício