Quanto rende R$ 1.000 na poupança com a nova taxa de juros

Com a decisão anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a taxa Selic agora está em 12,25% ao ano.

Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, a pedido da CNN, fez um levantamento para avaliar o rendimento de uma aplicação de R$ 1.000 com essa nova taxa. A seguir, continue lendo para entender como esta nova queda pode impactar nos seus rendimentos.

Taxa de juros caiu de novo: quanto rende 1.000 na poupança agora?
Taxa de juros caiu de novo: quanto rende 1.000 na poupança agora?/ Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Como a nova taxa de juros afeta o seu rendimento?

Os resultados indicam que a poupança continua a oferecer o menor rendimento tanto a curto quanto a longo prazo. Em seis meses, o montante alcança R$ 1.038,12 e, em 30 meses (dois anos e meio), chega a R$ 1.205,72.

Por outro lado, a melhor alternativa está nos CDBs de bancos médios, com uma média de remuneração atingindo 110% do CDI. Nestas condições, o mesmo valor de R$ 1.000 cresce para R$ 1.050,51 em seis meses e, após 30 meses, atinge R$ 1.308,66.

O levantamento abrange os ganhos tanto em percentagem quanto em reais da poupança, do Tesouro Direto (especificamente o título pós-fixado, o Tesouro Selic), CDBs e fundos DI, que seguem o CDI e a taxa Selic. Vale destacar que os cálculos já contemplam os rendimentos líquidos, descontando o imposto de renda incidente sobre os ganhos, sendo a poupança a única opção isenta de tributação.

É importante mencionar que a simulação considera uma taxa de administração de 0,50% para os fundos DI e 0,2% para o Tesouro Selic, embora a cobrança varie entre diferentes fundos e corretoras.

Taxa de juros Selic cai pela terceira vez seguida

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou hoje a terceira redução consecutiva na taxa básica de juros, a Selic. Ela passou de 12,75% para 12,25% ao ano, marcando seu menor nível desde maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano. A Selic exerce uma influência fundamental sobre a política monetária, afetando todas as taxas de juros no Brasil.

A decisão foi tomada durante a reunião do Copom realizada nesta quarta-feira (01), e esta medida de redução tem sido implementada desde agosto deste ano. Importante destacar que a decisão foi unânime, com todos os membros do Copom votando a favor da diminuição de 0,5 ponto percentual.

Em um comunicado emitido após a reunião, o Copom também sinalizou a possibilidade de outro corte na Selic de 0,5 ponto percentual em seu próximo encontro.

Copom: último encontro acontece em dezembro

O próximo e último encontro do Copom em 2023 está agendado para 12 e 13 de dezembro. Caso as previsões se confirmem, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano, de acordo com as projeções do mercado financeiro.

Além disso, o comitê reforçou a importância de cumprir as metas fiscais estabelecidas, mantendo firmemente o objetivo de eliminar o déficit nas contas públicas até 2024, apesar das discussões recentes sobre a possibilidade de alterar essa meta.

O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da instituição, sendo responsável por determinar a taxa Selic a cada 45 dias.

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Entenda importância da Selic para o país

Esta taxa desempenha um papel fundamental no controle da inflação, influenciando todas as taxas de juros no país, como as de empréstimos, financiamentos e investimentos financeiros.

O Copom também avaliou a necessidade de cautela na política monetária brasileira devido ao ambiente internacional desafiador, caracterizado pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, a inflação em diversos países e as tensões geopolíticas. O comitê enfatizou a importância de agir com serenidade e moderação diante desse cenário complexo.

Para determinar a taxa básica de juros, o Banco Central realiza projeções para o futuro, mirando a meta de inflação do próximo ano, que é de 3%, com uma faixa de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, o governo estabeleceu uma meta de inflação contínua de 3%, com a mesma faixa de tolerância, sem descumprimento.

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