Síndrome da Bexiga Hiperativa: incontinência atinge 30% das pessoas com mais de 75 anos

Sentir vontade de urinar é algo normal no organismo humano, mas quando essa ânsia se torna frequente é preciso ficar em alerta. A Síndrome da Bexiga Hiperativa é um tipo de incontinência urinária que desperta uma necessidade incontrolável de ir ao banheiro. Segundo um artigo publicado na National Library of Medicine, o problema é mais comum em mulheres e a probabilidade se torna ainda maior com o envelhecimento, mas também pode afetar homens e jovens.

Números da Sociedade Internacional de Continência (ICS) ressaltam a importância sobre o assunto. De acordo com a ICS, mais de 30% das pessoas acima de 75 anos são afetadas pela doença. A condição também é conhecida como bexiga nervosa e causa impactos diretos na qualidade de vida. É importante procurar um urologista ao notar os primeiros indícios da síndrome.

Quais são os sintomas?

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), além da urgência e da falta de controle da urina, a frequência que uma pessoa vai ao banheiro também pode indicar a presença da doença. Quem precisar urinar oito vezes ou mais em um período de 24 horas já é considerado fora do padrão, e esse pode ser um dos sintomas da condição. Além disso, acordar mais de uma vez durante a noite para ir ao banheiro também é sinal de alerta.

A qualidade de vida de um indivíduo que apresenta essa doença fica totalmente comprometida. Com a necessidade de urinar frequentemente, as pessoas não conseguem participar de muitos eventos ou frequentar lugares mais cheios, pois o desejo de ir ao banheiro sempre fala mais alto.

Fatores de risco para bexiga hiperativa

Como mencionado anteriormente, a doença tende a ser mais frequente em mulheres idosas. Nesses casos, a grande questão é que muitas pessoas não buscam por auxílio médico ao notar os primeiros sintomas, pois acreditam que os problemas urinários fazem parte do envelhecimento. Essa decisão pode acabar agravando a condição e trazendo ainda mais problemas para o futuro.

No entanto, segundo a SBU, a idade não é o único fator de risco para a Síndrome da Bexiga Interativa. Pessoas com diabetes, insulinodependentes, depressão e aumento repentino do índice de massa corpórea, por exemplo, também pode apresentar a doença com mais frequência.

Como é feito o diagnóstico?

Os sintomas característicos da Sindrome da Bexiga Hiperativa são similares aos de outras doenças que atingem o sistema urinário, como infecção, formação de pedras na bexiga, tumor de bexiga, entre outros. Por esse motivo, quando um paciente chega ao consultório de urologia, o médico precisa solicitar exames para averiguar qual é a condição que o atinge e, assim, encaminhar o tratamento mais indicado.

Segundo informações da SBU, após uma entrevista para entender o quadro clínico do paciente, o médico poderá solicitar cistoscopia, ultrassonografia renal e das vias urinárias, análise da urina e estudo urodinâmico.

Saiba como é o tratamento

Embora seja uma doença que causa grande desconforto para a qualidade de vida, a síndrome tem tratamento e pode apresentar uma melhora significativa nos sintomas. Segundo dados da Associação Americana de Urologia, corroborados pelo órgão residente do Brasil, existem três linhas de tratamento para a condição que irão depender do quadro do paciente.

O primeiro método utilizado é por meio de medidas comportamentais, que costumam ser indicadas para todos os que apresentam o quadro da doença. Nessa metodologia, o urologista adiciona treinamento vesical, controle do consumo de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico.

A segunda estratégia utilizada é a tradicional, pelo uso de medicamentos, e pode ou não vir acompanhada do primeiro método.

Por fim, caso os sintomas permaneçam, após 8 a 12 semanas da inclusão das medidas anteriores, os médicos direcionam outro tipo de tratamento. Os pacientes refratários, como são chamados os que não respondem às estratégias anteriores, serão direcionados à injeção de toxina botulínica tipo A em um músculo da bexiga chamado detrusor, visando a estimulação periférica do nervo tibial ou neuromodulação sacral.